Os metroviários do Distrito Federal iniciam, nesta segunda-feira (15/3), uma greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada após reunião de representantes do sindicato da categoria (Sindmetrô-DF) com o secretário de Fazenda do DF, André Clemente, e o coordenador de Assuntos Sindicais do GDF, Ilair Tumelero, no último sábado no Palácio do Buriti. A paralisação deve afetar pelo menos 150 mil brasilienses, que dependem do meio de transporte diariamente.
Os grevistas fizeram uma lista com 77 reivindicações, desde renovação e aumento da frota de trens até reajuste salarial de 120%. O índice se refere a perdas salariais desde 1998. Os metroviários estão em estado de greve há uma semana. Na noite de ontem, na Praça do Relógio, em Taguatinga, houve uma assembleia para comunicar à categoria que as negociações não avançaram.
O GDF considera absurdo o reajuste exigido pelos metroviários. E entrou com uma ação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na última quarta-feira, declarando a greve abusiva. Em 2006, a categoria recebeu um reajuste salarial de 64%. Mas acabou negado pelo desembargador Ricardo Machado, vice-presidente do TRT da 10ª Região.
O Sindmetrô-DF pede, por exemplo, que os salários dos agentes de segurança, os mais baixos da categoria, sejam reajustados de R$ 2.190 para R$ 6.806. Já o dos controladores de trem, de R$ 4.291 para R$ 10.661. O GDF ofereceu 5% de reajuste baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2009, além de aumentos nos auxílios-alimentação e creche e nos planos de saúde (leia quadro).
A proposta não agradou. “Não podemos mais ver o Metrô da capital do país perdendo tantos funcionários em decorrência dos baixos salários”, reclamou o coordenador-geral do Sindmetrô-DF, Solano Teodoro. Segundo o sindicato, de janeiro de 2008 a dezembro de 2009, 358 funcionários concursados saíram da empresa.
“Nossa proposta parece insignificante, mas apresentamos um reajuste consistente e dentro dos limites orçamentários”, ponderou Tumelero. Ele disse que, baseado na Lei de Greve (nº 7783/89), os grevistas terão os pontos cortados.
Apoiadíssimo! Sou usuário do transporte público, e a população tem que cobrar do governo. Como se não bastasse todos os problemas enfrentados pelos funcionários e usuários do metrô, a terceirização (mão de obra barata) está chegando aos poucos. Daqui a pouco iremos trabalhar por 10 centavos a hora…